Alergias e intolerância alimentar | Episódio 2.10
Este foi um tema sugerido por uma seguidora do blog pelo Instagram, que realmente não costumo referir muito. Tenho sempre algum cuidado em fazer receitas isentas de ovo e lacticínios, visto serem as alergias e intolerância alimentar mais comuns e porque já tivemos os nossos episódios de intolerância com as miúdas.
Qual a diferença entre alergia e intolerância alimentar?
A alergia alimentar envolve uma resposta imunológica a um alimento ingerido. Ou seja, o nosso sistema imunitário, não reconhece o alimento como inofensivo e ataca-o para proteger o nosso organismo, como se o alimento fosse um vírus. Isso desencadeia sintomas cutâneos (erupções cutâneas, comichão vermelhidão, etc), respiratórias (como dificuldade em respirar, pieira), gastrointestinais (vómitos, diarreia) ou cardiológicos (descida de tensão arterial). Uma reacção alérgica a um alimento, pode ter um destes sintomas ou vários; ou ainda mudar as reações ao longo do tempo. Um caso grave de alergia alimentar pode levar a um choque anafilático.
Uma intolerância alimentar resume-se na dificuldade ou impossibilidade de digerir um determinado alimento ou nutriente do alimento, que conduz a sintomas gastrointestinais, como: vómitos, desconforto abdominal, cólicas e diarreia.
Enquanto a alergia alimentar coloca e risco a saúde e vida da pessoa, a intolerância alimentar não.
A nossa experiência
Cá por casa tivemos um episódio transitório de intolerância ao ovo, durante a alimentação complementar das miúdas. Ambas, quando ingeriam ovo, vomitavam passavam algumas horas. Apenas por volta dos 13-14 meses, começaram a tolerar o ovo. Esta é uma situação normal, visto que o organismo dos bebés está em processo de adaptação e maturação para aceitar uma grande variedade de alimentos.
Também, mais tarde, descobrimos que a Luísa era intolerante à lactose, depois de meses de desconforto abdominal, cólicas, flatulência e prisão de ventre. Não fizemos nenhum exame médico para descobrir, mas numa tentativa desesperada de aliviar os seus sintomas, segui o conselho de uma amiga de experimentar um período sem lactose. Em poucos dias o intestino regularizou, as cólicas e gases desapareceram. A Luísa tolera uma pequena quantidade de lactose, comendo iogurtes diariamente (que têm doses pequenas de lactose) e até um copo de leite normal esporadicamente. Quando ingere muitos alimentos lácteos, começam a notar-se as queixas.
Ambos os casos foram acompanhados pela pediatra da altura, apesar do diagnóstico de intolerância à lactose ter sido feito por tentativa-erro. De qualquer forma, se sentem que o vosso filho tem sintomas atípicos quando ingere algum alimento ou tipo de alimento, procurem um profissional de saúde para diagnóstico e acompanhamento.
Neste episódio falei:
- Não ofereça comida a uma criança na rua!
- Orientação DGS sobre a vacina da VASPR e alergia ao ovo
- Sobre o LEAP study
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