Baby-led weaning ou abordagem tradicional?
Já lá vão 9 meses de baby-led weaning! Há 6 meses atrás fiz um ponto de situação, das diferenças que sentia entre o Francisco e as irmãs em relação à alimentação. Podem ler aqui: Alimentação complementar: BLW vs Tradicional. Nesta altura ainda não via com clareza se havia vantagens de uma abordagem em relação a outra.
Tenho 3 casos bem distintos em casa.
- A Luísa fez a introdução da alimentação complementar tradicional, com sopas, papas. A introdução de comida aos pedaços foi feita tardiamente (por volta dos 9-10 meses)
- A Teresa fez a introdução da alimentação complementar igual à da Luísa, mas com contacto com finger-food mais cedo, praticamente desde os 7 meses.
- O Francisco fez a introdução da alimentação complementar pela abordagem de baby-led weaning, desde os 6 meses.
Hoje, aos 15 meses do Francisco, vejo claras diferenças o que me faz inclinar para recomendar uma abordagem à outra. Qual será?
Coordenação motora
O Francisco é totalmente autónomo na sua alimentação. Come todos os alimentos sozinho e sem dificuldade (ainda com alguma sujidade). Sabe manejar a colher e o garfo (para espetar). Ainda usa as mãos, quando sente que é mais fácil, mas os seus esforços sem em usar talheres, para nos imitar. Come sozinho com a colher praticamente desde os 12 meses, enchendo a colher sozinho e levando-a à boca sem deixar cair o conteúdo. Come sopa, papas caseiras e outros alimentos à colher. O garfo começou a usar há pouco tempo e já consegue espetar ervilhas com ele.
Em relação às irmãs, sinto que a Luísa foi a que demorou mais tempo a conseguir manejar a colher (por volta dos 18 meses). A Teresa, que apesar de ter tido um introdução da alimentação complementar tradicional, teve contacto com finger-food mais cedo que a Luísa, também conseguia controlar a colher aos 12 meses, mas o garfo demorou mais que o Francisco.
O que sinto é que os bebés como o Francisco tendem a observar mais a sua família, já que a refeição é partilhada, e aprendem mais rapidamente os seus hábitos.
Sujidade
A nível de sujidade sinto muito menos, do que as irmãs com a mesma idade, simplesmente porque tem mais experiência em comer sozinho. Não podemos esperar pelo dia em que não se vão sujar, para comerem sozinhos. Todas as primeiras tentativas vão dar em sujeira. Quanto mais cedo, mais experientes ficam nessa matéria.
Desmame
Uma das principais premissas do baby-led weaning (o bebé guia o desmame) é que o desmame se faça gradualmente ao ritmo do bebé. Ou seja, não há substituições de refeições. Esta substituição só acontece, quando o bebé como uma quantidade de comida que o satisfaz, não pedindo leite.
No caso do Francisco, consome as mesmas refeições de leite que as irmãs consumiam com a mesma idade. Chamo a atenção que ele era um bebé de mamar de hora a hora (nem é bom lembrar). Mas semana após semana, foi conseguindo comer cada vez mais e diminuindo as refeições de leite.
Anorexia fisiológica do 2º ano de vida
A Luísa foi quem passou pela anorexia fisiológica do 2º ano de vida de forma mais vincada, que me levou a desesperar um bocadinho. Com a Teresa já sabia desta condição e consegui relaxar mais. Ao contrário da irmã, não ficava refeições sem comer, sempre foi comendo bem, umas vezes mais, outras vezes menos. Com o Francisco não sinto absolutamente diferença nenhuma, entre o que comia antes dos 12 meses e agora. Pode simplesmente não passar por esta fase, ou como não controlo o que come, posso não me estar a aperceber.
Autonomia
Aos 15 meses o Francisco é o bebé mais autónomo a alimentar-se. As irmãs, com esta idade ainda precisavam de bastante apoio à hora da refeição, apesar de já conseguirem comer algumas coisas sozinhas. Onde sinto mais diferença é na fruta, que o Francisco come inteira à “dentada”, menos trabalho para mim a descascar e a partir. Este foi um feito que as irmãs só conseguiram muito mais tarde. Para uma mãe de três, isto representa largos minutos ao final de uma semana, que são religiosamente utilizados noutras tarefas domésticas.
O veredicto: baby-led weaning ou abordagem tradicional?
Sem dúvida que recomendo o baby-led weaning! Tem muitos mais benefícios para o bebé, a sua autonomia e o trabalho que efectivamente nos dá. Percebo que seja uma abordagem facilitada para quem fica em casa com o bebé. Mas à falta desta disponibilidade, uma abordagem tradicional aliada ao finger-food, apontará para um desenvolvimento das aptidões e autonomia do bebé muito próximo do baby-led weaning.
O que eu achava há 6 meses atrás?
Adquirir e-books de como oferecer alimentos ao bebé.
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Hoje com 11 meses, a Leonor come praticamente tudo o que lhe ponho no tabuleiro.
Grata ainda pelas suas receitas, que fazem as delícias dos lanches cá de casa 😉 foi com uma das receitas do seu livro que arrisquei a primeira vez.
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