8 mitos sobre o baby led weaning
Na sexta-feira fiz um directo no Instagram sobre baby led weaning. Se ainda não me seguem por lá, façam-no, pois vou fazendo directos para responder a dúvidas, coloco algumas dicas sobre tudo e mais alguma coisa nos stories.
Ao longo do directo, fui sendo confrontada com algumas dúvidas sobre o baby led weaning, que coincidem com outras que vou recebendo por mensagens e e-mails, que me levou a concluir que existem algumas noções erradas ou mesmo mitos sobre o BLW. Vou deixar aqui alguns, quem sabe, não estarei a desmistificar essa dúvida persistente que anda aí por casa.
1. Os bebés comem os legumes crus
Esta pergunta já me tinham colocado antes e surgiu no directo. Os bebés não comem apenas legumes crus. Os bebés comem os legumes da mesma forma que nós os comemos, com a ressalva, que alguns legumes crus não deve ser dados a bebés muito pequenos, como o caso da cenoura. Há muita tendência em oferecer palitos de cenoura para os bebés roerem, mas correm o risco de se soltarem pedaços grandes e eles engasgarem-se. É um legume muito rijo e difícil de comer cru.
Cá em casa os únicos legumes crus que o Francisco comer foi curgete, pepino e tomate (eu sei que é uma fruta, mas vocês entendem o que quero dizer). De resto come tudo cozinhado, cozido ou assado.
2. Os bebés demoram muito tempo a comer pela sua mão
No início sim, demoram. Estão em fase de exploração e assimilação de informação sobre cada alimento. Mas com o tempo, já não precisam de fazer tanta exploração e comem rapidamente!
3. Os bebés sujam tudo a comer
Mais uma vez, no início sim, porque estão a experimentar e muitas vezes não acertam com a comida na boca. Mas com o tempo e a prática, eles ficam cada vez mais ordeiros. Agora o Francisco até apanha as migalhas do tabuleiro para comer.
4. Fazer baby led weaning requer muita preparação
Bom, a ideia do principal do baby led weaning é simplificar a preparação de refeições em casa. Ou seja, o bebé come o mesmo que o resto da família (estando a dieta ajustada), por isso, não há preparação de comida à parte para ele. Cá em casa já nos habituámos a temperar a comida no prato, se desejarmos, e ajusta-se perfeitamente a toda a família.
5. Os bebés engasgam-se
Vamos por partes, há uma diferença entre engasgamento e reflexo de vómito (gag-reflex). O reflexo de vómito há em todos os seres humanos e serve para nos protegermos de eventual engasgamento ou mesmo de sufocar. Nós adultos, quando tentamos engolir algo, que às vezes é muito grande, ou tem uma textura atípica, fazemos um movimento de vómito, para que a comida volte para a boca. Os bebés fazem igual, sobretudo no início, quando estão a experimentar o tamanho que conseguem engolir. Acontece uma ou duas vezes e eles aprendem. É normal, não tem qualquer mal isso acontecer. Se acontecer, devemos manter a calma e não intervir, para que o bebé consiga deitar fora o pedaço de comida.
O engasgamento é diferente. Acontece quando é dada comida muito dura ao bebé (maçã crua ou cenoura crua, por exemplo), quando os cuidadores colocam pedaços de comida dentro da boca do bebé, e acontece muito regularmente com líquidos (o Francisco engasga-se muito com água).
6. Os bebés precisam de dentes para comer pedaços
Já falei sobre isso aqui no blog. Os bebés não precisam de dentes fora da gengiva, para conseguirem comer pedaços de comida. E se estivermos à espera dos dentes que realmente moem, só lá para os 18-24 meses eles aparecem.
A Tete teve dentes tarde, com quase 12 meses, e sempre comeu bem os seus pedaços de comida. O Francisco teve o primeiro dente com 8 meses e meio, e ficou-se por esse dente muito tempo. Quem nos segue sabe que ele come pedaços desde os 6 meses e sem problemas.
Mesmo escondidos, os dentes ajudam que as gengivas consigam desfazer os pedaços de comida.
7. No baby led weaning, os bebés só comem panquecas e croquetes
Bom, se toda a família comer assim, faz sentido que o bebé também coma. O que não faz sentido é preparar receitas especificamente para o bebé nessa forma, se mais ninguém à mesa o estiver a comer. Na minha opinião, se houver alimentos difíceis para eles pegarem e comerem sozinhos, devemos esperar para lhes dar, até eles o conseguirem o comer. O arroz é um clássico exemplo disso. Cá em casa o Francisco só começou a comer arroz, com cerca de 8-9 meses, quando começou a conseguir abrir o punho em direcção à boca. Mas é comum haver a sugestão de fazer croquetes de arroz e legumes, para eles comerem o arroz. Para mim, não faz sentido, porque eu não como assim arroz e legumes.
No caso das panquecas, são sugeridas para ingerir diferentes tipos de cereais, através das suas farinhas. Há mais formas! Há o pão, por exemplo. Ou podemos optar pelos cereais integrais, como a cevada, que se pode cozinhar como o arroz (o grão até é maior para eles pegarem), espelta em grão, etc.
8. No baby led weaning não se dá sopa
Se toda a família comer sopa, porque não se há-de dar? Há várias formas de o fazer, de forma respeitosa para com o bebé. Podem adotar uma estratégia de colheres com um puré espesso, que o bebé pode pegar e comer, podem mergulhar pedaços de pão nesse puré, ou mesmo os palitos de legumes.
A abordagem de baby led weaning não excluí alimentos, nem forma de alimentos.
Descubra como oferecer alimentos ao bebé em baby-led weaning
Deixe um comentário Cancelar resposta
Artigos mais lidos