Há naturais, naturais açucarados, com aromas, com pedaços, polpas e bolacha. Há líquidos, sólidos e cremosos. Há os que não precisam de frio (será?), os de vaca, os de cabra e os vegetais, gregos e islandeses. O mundo dos iogurtes é imenso e pode ser avassalador ter que escolher iogurtes para bebés e crianças. 

Quando hoje entro num hipermercado e vejo 3 corredores frigoríficos com oferta de iogurtes, percebo o quão difícil pode ser a escolha. Sobretudo, quando concerne oferecê-los aos nossos mais que tudo, para quem só queremos mesmo o melhor! Resolvi escrever este artigo, mais como ponto de reflexão para ajudar nessa escolha, explicando o que é um iogurte, porque se dá a bebés e crianças e delinear os pontos para fazer a escolha de iogurtes para bebés e crianças.

O que é um iogurte?

O iogurte é um derivado do leite, em que a lactose (açúcar natural do leite) é transformado em ácido láctico, por via de fermentação bacteriana. Devido a essa fermentação, o iogurte torna-se numa forma de leite de mais fácil digestão. Tem propriedade probiótica, que promove um equilíbrio bacteriano no intestino, regulando a sua flora. 

Porque se consome iogurte?

Sabe-se que a saúde do nosso intestino está intimamente relacionado com o bem estar geral do nosso organismo. Aqui vivem milhares de micróbios – bactérias, vírus, fungos, protozoários e outras formas de vida microscópicas – que são fundamentais para digerir comida, e crê-se que ajudam a regular o nosso metabolismo. Também já existe alguma evidência científica, que a nossa flora microbiana desempenha um papel importante no “treino” e manutenção do nosso sistema imunitário.* (Quando ouvimos na televisão que iogurte com bactérias que reforçam o nosso sistema imunitário, não é totalmente descabido, apesar de ser uma manobra de maketing).

Os probióticos são uma forma de manter o bem estar desta flora microbiana intestinal. E tendo o iogurte propriedade probiótica, é uma forma fácil e acessível, de cuidarmos destes micróbios que tanto importam para nós.

Para além disso, o iogurte fornece outros nutrientes, nomeadamente gordura, proteínas e minerais, naturalmente derivados do leite de que é feito.

* “Deixe-os comer terra” de Brett Finlay, PhD e Marie-Claire Arrieta, PhD. Versão portuguesa por Matéria Prima (2016).

Existem outras formas de probióticos?

Sim, existem. Existem probióticos em pó ou capsulas, que podem adquirir na farmácia. Existe o kefir, por exemplo, que é muito semelhante ao iogurte, existindo uma variante de kefir, que fermenta em água. Há a kombucha, o kimchi, o misô (soja fermentada), chucrute/sauerkraut, etc.* 

Efectivamente, o iogurte é uma das formas mais fácil de encontrar no mercado. Actualmente com a popularização das iogurteiras, também se torna numa forma fácil de confeccionar em casa.

* mais sobre probióticos

A partir de que idade se podem oferecer iogurtes para bebés e crianças?

A Sociedade Portuguesa de Pediatria é clara neste assunto.

Com um importante papel pré e próbiotico, é um alimento bem tolerado, protector de infecções intestinais e regularizador e protector da flora cólica. Muito embora o leite de vaca em natureza (pasteurizado e UHT) nunca deva ser introduzido antes dos 12 (preferencialmente 24 – 36) meses, estas características do iogurte, a pequena porção em que deve ser consumido diariamente (150 – 200 ml), a facilidade de utilização e as vantagens para a flora intestinal permitem a sua introdução cerca dos 9 meses num lanche, em alternativa ao leite ou papa. Deve ser natural, sem aromas nem quaisquer aditivos de açúcar (adocicados) ou de natas (cremoso).*

* “Alimentação e nutrição do lactente” ACTA PEDIÁTRICA PORTUGUESA, Vol 43 No 5 Setembro – Abril 2012 Suplemento II.

 

Qual iogurte escolher?