3 coisas que aprendi com baby-led weaning
Praticar baby-led weaning com o baby-boy tem sido uma experiência muito reveladora. Nos últimos 17 dias, aprendi mais sobre bebés com o baby-led weaning, que em mais de 5 anos de maternidade.
Os bebés sabem comer sozinhos
É o título de um livro sobre baby-led weaning, mas é a mais puras das verdades. Os bebés sabem efectivamente comer sozinhos! Sabem pegar nos alimentos, se tiverem a forma e a consistência certas, sabem levar à boca, sabem mordiscar, mastigar e engolir.
É simplesmente fantástico de ver. O primeiro dia de alimentação complementar cá em casa foi completamente avassalador para mim nesse sentido. Até chego a pensar que dando a comida ao bebé, com a colher à boca, semanas ou meses a fio, eles vão perdendo este instinto, que lhes é tão natural.
É uma experiência sensorial. Desde o tacto, perceberem a consistência do alimento, e o que este vai exigir da sua mastigação. O cheiro, as cores e os sabores. Reconhecem alimentos e fazem escolhas. Tudo faz parte da alimentação e da recolha de informação que fazem durante este processo.
Confiar mais nos bebés
Aprendi a confiar mais no meu bebé e nos bebés em geral. A ser mais observadora e atenta a todos os sinais. A saber interpreta-los e responder nesse sentido. Aprendi a não ter medo de lhe dar alimentos e a confiar, que quando eles não conseguem comer determinado alimento, vão rejeita-lo. Aprendi a confiar no seu apetite. Aprendi a confiar nos seus mecanismos de segurança naturais, como o gag-reflex.
Muita gente entende o gag-reflex como engasgamento ou mesmo que o bebé está a sufocar. As 3 coisas são diferentes! Nenhum dos meus bebés sufocou, já os 3 se engasgaram com água, e as duas primeiras com puré de maçã (!!!). Os três passaram pelo gag-reflex, que é um reflexo natural de segurança dos bebés, para deitarem fora a comida que não conseguem engolir. É verdade que se parece muito com um engasgamento, pode ser aflitivo. Mas pela minha experiência, acontece muitas poucas vezes (cá em casa aconteceu 1 vez em cada um)! Faz parte da aprendizagem, em perceberem que tamanho do alimento conseguem engolir.
Aprendem muito mais depressa
Se dermos as condições e ferramentas adequadas. Se interviermos o mínimo possível, simplesmente apoiando e estando presente para auxiliar cada passo, a aprendizagem destes bebés é extremamente rápida. Muito mais rápida, que numa abordagem tradicional.
Estão numa idade em que a receptividade a novas experiências é maior. E com cada uma, aprendem uma coisa nova. As diferenças que noto no bebé em relação às irmãs, é que começou a mastigar mais cedo, motivado pelos alimentos sólidos. Sabe direccionar devidamente a colher à boca e comer tudo o que está nela contida. A comida no chão é quase nenhuma, a sujidade na mesa (e nele próprio) cada vez menor. As refeições são cada vez mais rápidas e o bebé é cada vez mais eficiente a comer.
Apesar de ter feito finger-food com as irmãs, a determinada altura da introdução da alimentação complementar, noto que em relação ao BLW o progresso é mais lento. Com o BLW em apenas 17 dias, o bebé aprendeu mais que as irmãs em meses de finger-food e abordagem tradicional.
Estou radiante com a nossa experiência. Cada dia que passa é a confirmação que fiz a opção certa, para alimentar o meu bebé! É fabuloso vê-lo a aprender e a crescer desta maneira tão adequada ao seu ritmo, tão respeitadora do seu ser.
Ler também:
Baby-led weaning não é um método
Introdução da alimentação complementar – 7 dicas
2 Comments
Deixe um comentário Cancelar resposta
Artigos mais lidos
Adoro a ideia para próximos filhos mas surgiu-me uma questão: e quando entram no berçário aos 6 meses? Não podemos “obrigar” que pratiquem blw na creche, será que confunde/atrasa o bebé ter sopas oferecidas pelos cuidadores ao almoço e blw em casa? Obrigada pela partilha de todos os conteúdos!
Filipa
Olá! Não pode obrigar, mas pode sempre sugerir, que sejam oferecidos os alimentos, como o faz em casa. No Reino Unido há creches que usam esta abordagem e que viram a dinâmica do almoço facilitada com o BLW. Tem o inconveniente de o bebé não ter a mama em livre demanda como tem em casa, mas pode sempre complementar a refeição do almoço com leite materno extraído, ou fórmula, se for o caso. Na minha opinião (e experiência) a oferta de alimentos à colher pelo adulto de uma forma regular, perturba sim a evolução do bebé na exploração em BLW.