Nunca imaginei que a minha visão de educação para as miúdas, me viesse a colocar na “carga de trabalhos” em que estou. Como já falei antes, optei por não as ensinar a partilhar. O que não quer dizer que elas não aprendam ou apreendam o conceito de partilha. 

Aconteceu antes das férias da Páscoa. A Lu chegou-me ao carro a dizer que estava a morrer de fome. Não percebi, mando-lhe sempre um lanche bem composto e a lancheira estava vazia. Para mais, ela tinha o lanche da escola, que pode pedir como reforço. O que se teria passado? Explicou-me que tinha dado o lanche dela todo aos amigos, pois as panquecas eram tão deliciosas. Ela queria que todos provassem e ficou sem nenhuma. 

Este episódio começou a repetir-se mais vezes, mas de cada vez a história ia ganhando nuances. Ultimamente os amigos contemplados com panquecas do lanche da Lu, davam eles também uma parte do seu lanche a ela, como troca: barritas de cereais, bolachas “pipoca”, biscoitos, pão, pedaços de fruta, etc. Acho que foi das coisas mais bonitas e genuínas que vi crianças de 5 anos fazer.

Agora, a pedido dela, leva sempre uma caixa cheia de panquecas, waffles e outra iguarias, que partilha com todo o prazer com os amigos à hora do lanche.

Já faço receitas a dobrar a contar com isso, o que implica acordar mais cedo (ai mãe)!! A lancheira chega a casa sempre vazia, mas a barriga e o coração da Lu sempre cheios <3 (e o meu também).

ensinar a partilhar 02

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Sobre os lanches da L.