Da série de posts “Na despensa”, hoje trago-vos os óleos e azeite que uso cá em casa. A primeira regra é utilizar o mínimo essencial deste tipo de gorduras. A segunda é seleccionar óleos e azeite de qualidade e variar o seu uso, para recolher o máximo de benefícios de cada. 

O azeite

Óleos e azeite

É a minha gordura de eleição para cozinhar e temperar. Não uso em excesso, até porque evito os refogados e guisados, e dou primazia aos cozidos e grelhados. Sim, é possível fazer cozinhados deliciosos sem refogados, como por exemplo, este molho de tomate.

Os salteados por norma são feitos em azeite. Também uso o azeite para temperar as sopas em cru (depois de aquecidas coloco o azeite antes de servir), saladas ou grelhados. Não uso muito em pastelaria, porque deixa um sabor algo intenso, que muitas vezes não combina com a receita.

É a “nossa” gordura, a gordura mediterrânea, a gordura portuguesa. Estamos geograficamente configurados para consumir este tipo de gordura. Só uso azeite de produção portuguesa, extra virgem, muitas das vezes de produtores locais. Tenho sorte de o meu pai conhecer relativamente bem azeites e me aconselhar. 

O óleo de coco

Óleos e azeite

Para mim, o óleo de coco é a gordura da pastelaria. Comecei a usar para substituir a manteiga em várias receitas, e tem resultado sempre bem. É de facto uma gordura cara. Mas quantos bolos e bolachas fazemos por mês? Confesso que eu faço muitos, porque tenho um blog para sustentar de receitas (ou os seguidores despedem-me). Mas mesmo assim, cá em casa dura cerca de um mês, o que numa casa de 4 (e meio) não considero ser muito. 

Devem dar primazia por óleo de coco de origem biológica e de extracção a frio (sem ser refinado). Conseguimos distinguir os óleos de coco refinados dos não refinados, pelo cheiro: os refinados não têm cheiro algum, os não refinados, de extracção a frio, têm um leve aroma de coco. São estes últimos que devemos dar preferência. Não sinto que o aroma a coco seja demasiado intenso, mas pode deixar um sabor característicos nos cozinhados que pode desagradar alguns.

O óleo de coco é uma verdadeira estação meteorológica em casa: fica sólido com temperaturas frias a amenas e líquido com temperaturas altas. Quando o vosso óleo ficar líquido, significa que é altura de ir para a praia! O óleo de coco é mesmo assim vulnerável às temperaturas e não tem problema. Uma pergunta que fazem muito é como medir, em sólido ou derretido. Pois bem, ele não altera o seu volume quando passa de sólido para líquido, nem de líquido para sólido. Por isso, meçam em qualquer uma das formas.

Compro óleo de coco no supermercados biológico, mas ultimamente tenho aproveitado muitas promoções em hipermercados.

Outros óleos vegetais

Tento ter em casa uma a duas alternativas ao azeite e óleo de coco. Para já tenho óleo de girassol e óleo de sésamo. O óleo de sésamo gosto de usar em pratos de sabores asiáticos, como nos salteados para guiozas, ou para alourar tofu marinado na frigideira. 

Tenho agora óleo de girassol, que para além de usar em pastelaria, uso também para untar a máquina de waffles e frigideiras para panquecas. Costumo usar um pincel que coloco mesmo no gargalo e uso uma camadinha bem fina de óleo. O óleo de girassol tem um sabor bem forte. Quando usado em bolos pode deixar um aroma predominante.

Escolho sempre óleos de origem biológica, prensados a frio (não refinados). Este óleos conservam mais das suas características originais.

Ando tentada a experimentar óleo de grainha de uva, que tenho ouvido falar bem.

Todos estes óleos compro no supermercado biológico, mas tenho visto a surgirem cada vez mais nos hipermercados. 

Substituir óleos e azeite

Uma das questões que mais me fazem, é como substituir a gordura em receitas. O que vou mencionar não funciona sempre, mas podem ser alternativas às quantidades excessivas de gordura de algumas receitas. A gordura em bolos e queques, ajuda a que fiquem mais húmidos, por isso recomendo a não substituir na totalidade.

A curgete ralada é uma das alternativas ao óleo em bolos, pães e queques, pois oferece muito humidade às massas. Outra alternativa é a maçã ralada ou em puré (applesauce), que para além de substituir o óleo, adoça e pode ainda substituir alguma quantidade de açúcar.

 

Mais uma vez relembro, que o ideal será reduzir o consumo de óleos e azeite ao essencial, e dar preferência pela gordura geograficamente característica do nosso país, o azeite. Ir variando com outras gorduras de qualidade, de origem biológica e de extracção a frio.