Amamentação – o que comer e não comer
Sou daquelas pessoas que não se preocupa muito com o que come durante a amamentação. Há sempre palpites sobre o que faz bem e o que faz mal comer durante a amamentação: alimentos que provocam ou tiram cólicas nos bebés, os que ajudam a aumentar ou reduzir a produção de leite, os que tornam o leite mais forte ou enfraquece, etc. Não ligo a isso (já liguei e não me valeu de nada) e tento fazer uma alimentação completa e variada. Claro que se noto que há alguma coisa que coma que afecta o bebé, reduzo o consumo, mas mantenho. Mas em três bebés amamentados, tenho a sorte de não saber o que isso é.
No entanto – que se fosse só para dizer que como de tudo, não valia a pena o post – há uma ferramenta muito útil e que uso com frequência, para perceber o risco de consumo de alguns alimentos e não só, de medicamentos, procedimentos médicos ou estéticos. Chama-se E-Lactancia e é um site muito fácil de usar.
Conheço o E-Lactancia desde a amamentação da L. Na altura a sua base de dados era pequena e cingia-se essencialmente a medicamentos. Com o tempo este site tem vindo a evoluir, e já aborda alimentos, procedimentos médicos ou estéticos (por exemplo, qual o risco de uma depilação a laser). Esta base de dados tem em conta os mais recentes estudos sobre o impacto dos produtos na amamentação. Seja por poderem comprometer a produção de leite materno, como a qualidade deste. É um site muito fidedigno, usado por médicos e está disponível para qualquer pessoa que o queira usar! Informação útil e sempre actualizada.
A informação é fácil de ler. Aparece o nome do produto que estamos a pesquisar, seguido da data da última actualização. De seguida vem o nível de risco e caso haja algum risco a justificação em comentário. Ao lado, caso o produto não seja recomendado, aparecem as alternativas a esse produto (acontece com os medicamentos).
Os produtos são avaliados em 4 níveis de risco.
A verde o muito baixo risco – compatível, sem risco para a amamentação ou bebé.
A amarelo o baixo risco – moderadamente seguro, algum risco.
A laranja o alto risco – pouco seguro, evitar o uso e procurar alternativas mais seguras.
A vermelho o muito alto risco – não é recomendado, suspender a amamentação ou procurar alternativa.
Este post não estaria completo, sem o alerta para alguns alimentos que aparentemente não são seguros na amamentação e que eu vim a descobrir com o tempo. Reuni aqueles que julgo serem comuns as mães consumirem pelos seus aparentes benefícios.
Bagas Goji – baixo risco
Ainda sou do tempo que as bagas goji eram consideradas alto risco para a amamentação, segundo o e-lactancia. Este risco foi revisto e actualmente é baixo risco. No entanto, a recomendação é de moderação no consumo, por risco de ocorrer problemas na coagulação.
http://www.e-lactancia.org/sinonimo/544
Matcha – baixo risco
A matcha está muito na moda agora, pelos benefícios que tem, sem o malefício da cafeína. Mas segundo o e-lactancia, o seu consumo deve ser moderado durante a amamentação. Não são registados excreção dos componentes da matcha no leite materno. Mas a recomendação geral do e-lactancia para os produtos deste tipo, incluindo chás e infusões, pelo risco de contaminação das folhas por chumbo, cádmio, alumínio, magnésio, é que seja de consumo moderado.
http://www.e-lactancia.org/sinonimo/3063
Chá (infusões) – baixo risco
Tal como a matcha, o consumo de chás no geral é recomendado como moderado na amamentação, por risco de toxicidade de alguns metais.
Não está provado que os chás e infusões aumentem a produção de leite materno, ou que o uso das suas saquetas nos mamilos sejam mais eficientes no alívio da dor, que outros métodos tradicionais (cremes próprios, compressas quentes e leite materno).
http://www.e-lactancia.org/producto/1436
Sementes de cânhamo – baixo risco
As sementes de cânhamo são amplamente conhecidas e usadas pela sua carga proteica. É muito utilizada na alimentação vegetariana, como complemento a outras proteínas vegetais. Segundo o e-lactancia o consumo de sementes de cânhamo deve ser moderado ou mesmo não haver consumo por três motivos:
– confusão na selecção de plantas e sementes que podem levar a intoxicação;
– contaminação bacteriana que pode levar a intoxicação;
– por o cânhamo ser usado como “limpador de solos”, pela sua alta capacidade de absorção de metais e toxinas, a quantidade de cádmio, zinco, ferro e outros contaminantes pode ser elevada.
http://www.e-lactancia.org/sinonimo/2990
Soja – baixo risco
Como vegetariana, acabo por consumir bastantes derivados da soja, nomeadamente iogurte, tofu e tempeh. Apesar de ser um alimento ancestral usado pela população asiática, a soja pode agir como disruptor hormonal do sistema endocrino. Também o elevado nível de estrogénio da soja, pode levar à diminuição de produção de leite materno. O seu consumo deve por isso ser moderado.
http://www.e-lactancia.org/producto/1402
Algas marinhas – baixo risco
As algas marinhas têm sido vastamente consumidas pela quantidade de iodo que têm. O seu consumo aumenta a quantidade de iodo no leite materno, havendo relatos de casos de hipotiroidismo em bebés, cujas mães consumiam grandes quantidades de algas. Também podem conter metais pesados com grande possibilidade de contaminação por produtos tóxicos. É por isso importante conhecer bem a origem das algas.
O seu consumo durante a amamentação deve ser muito baixo ou nulo.
http://www.e-lactancia.org/sinonimo/1269
Funcho – alto risco
O funcho é muitas vezes recomendado às mães para aumento de produção de leite ou para aliviar cólicas nos bebés amamentados. Nenhuma das duas coisas está comprovada. O consumo de funcho deve ser muito baixo ou nulo devido ao anetol que é considerado neurotóxico e pode levar a convulsões. Também sabe-se que é excretado pelo leite, passando para o bebé.
http://www.e-lactancia.org/producto/804
Kombucha – alto risco
A kombucha tem vindo a aparecer cada vez mais nas nossas vidas pelas suas propriedades probióticas. No entanto há dúvidas se o seu consumo estará ou não relacionado com alguns casos fatais. O e-lactancia não dá muito mais informação, pelo que o seu consumo, por via das dúvidas, deve ser muito baixo ou nulo.
http://www.e-lactancia.org/producto/895
Como prolongar o aleitamento materno até aos 6 meses?
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Também costumo cozer as leguminosas assim. Além disso, costumo também comer as pequenas tiras de alga que ficam cozidas. Mas agora até fico na dúvida porque, fiquei surpreendida ao saber que as algas não devem ser consumidas durante a amamentação, devido ao risco de hipotiroidismo, devido ao elevado nível de iodo!… http://www.e-lactancia.org/sinonimo/1269
Estou com dúvidas no funcho. O e-lactancia diz que o consumo na culinária não tem risco. Então em que forma é que tem risco? E as “sementes” de erva doce que compramos no supermercado, são funcho ou anis? É que ambos são também designados como erva doce…
O que o e-lactancia refere é que como tempero, não apresenta risco elevado. A parte das folhas do funcho são utilizadas como erva aromática, como a salsa, ou coentros. Eles alertam para as infusões e para o consumo do bolbo. Quanto à questão da erva doce, não sei responder. É uma especiaria que não utilizo e nunca investiguei e profundidade. No e-lactancia diz ter “baixo risco” (existe o “muito baixo risco” ainda).
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