Segunda Sem Carne, mas com… #09
Estes são a Joana e o Edu e juntos protagonizam o blog Edu’s Pantry!
Conheci a Joana através de um post que a nossa anterior convidada, a Vânia do Made by Choices fez, em que deu a conhecer alguns blogs e canais de youtube de alimentação saudável para bebés e crianças. Foi neste post que ouvi falar na Joana e comecei logo a seguir.
As nossas preocupações são as mesmas: proporcionar aos nossos rebentos uma alimentação saudável, equilibrada e divertida! Logo aqui nasceu uma empatia enorme pelo blog da Joana. Tal como explica, é chef de profissão e colocou todos esses conhecimentos e um gosto pela nutrição ao serviço do pequeno Edu, confeccionando deliciosos pratos, que vai relatando no blog e em vídeo no seu canal.
Resolvi convida-la a sugerir uma receitinha para esta Segunda Sem Carne, acompanhada por um dedo de conversa para a conhecermos melhor.
LC – Como surgiu o teu blog? Qual a mensagem que tentas transmitir?
Joana (J) – O Edu’s Pantry (a despensa do Edu) nasceu em Fevereiro deste ano e surge na sequência de um outro Blog que já tinha desde 2009, o Passos de Gourmet, e que com a maternidade e as muitas experiências de vida, havia deixado de fazer grande sentido para mim. Resolvi então dar-lhe uma nova cara e centrar-me em produzir conteúdo que refletisse toda a minha paixão por uma alimentação saudável, inteligente, criativa e desafiadora (“nós somos o que comemos” e o alimento deve ser visto como medicamento). A grande maioria do conteúdo tem como principais destinatários a criançada (infanto-juvenil), mas como eu delicio-me com tudo quanto ali posto, posso dizer que todos os healthy-style-lovers (se é que este conceito existe), podem ali encontrar muita coisa deliciosa, nutritiva e que leva em atenção certas intolerâncias alimentares.
Procuro e quero transmitir que é de pequenino que se aprende a ter respeito pelos alimentos, pela arte de cozinhar, pela satisfação de se sentar á mesa e ali conviver e que a criatividade é a nossa grande aliada na hora de preparar uma refeição para os mais pequenos.
LC – Costumas oferecer refeições sem carne/peixe ao Edu. Tens alguma motivação/razão para o fazer?
J – Sim, tenho o hábito de cozinhar refeições vegetarianas (normalmente ovo-lacto) onde escolho uma outra fonte de proeína para substituir a carne ou o peixe. Faço-o por 2 motivos:
1 – nem sempre tenho carne ou peixe “ali à mão”;
2 – procuro somente comprar carne proveniente de criações biológicas (free-range) e peixe de mar… fujo ao máximo a tudo quanto seja extremamente barato ou de proveniência duvidosa.
LC – Vives em Inglaterra e por aí a Meatfree Monday são amplamente divulgadas. Sentes que a população inglesa segue esta iniciativa? Já conhecias? O que pensas sobre o conceito?
J – Tenho de ser muito honesta e dizer que desconhecia de todo esta iniciativa. Já me fui informar do que se trata e de facto nunca tinha ouvido falar de tal por aqui. Acho que é uma iniciativa de louvar tal como todas as batalhas que Jamie Oliver vem travando ao longo da última década (Ministry of Food – a luta por refeições saudáveis em escolas), a obrigatoriedade de aulas de cozinha nas escolas, imposto sobre artigos açucarados para crianças, etc… não acho que a sociedade Britânica tenha boas noções de nutrição e do que é melhor ou pior para o seu organismo. A taxa de obesidade infantil no Reino Unido é das mais altas de toda a União Europeia e aqui a oferta de fast-food é tão grande e barata que cada vez se cozinha menos nas casas britânicas. Enquanto que em Portugal a crise forçou muita gente a cozinhar em casa, levar marmitas para o trabalho, aqui é muito mais barato comprar fish and chips, frozen food e por aí. Culturalmente não são uma sociedade que encare a mesa como convívio o que acaba por deitar por terra o prazer por boa comida.
LC – Agora que participaste activamente nas Segundas Sem Carne do Na Cadeira da Papa, vais levar este hábito mais afincadamente daqui por diante?
J – Sem dúvida Leonor, tornarei as minhas Segundas em dias Vegetarianos. Será mais um desafio por criar mais receitas giras, nutritivas e com combinações improváveis. Quero muito que o meu filho cresça sabendo que existe muito mais para além da carne e do peixe. E que não precisamos de uma proteína animal para termos todos os macro e micronutrientes que o nosso organismo necessita.
A Joana enviou-me a receita de uma tarte. Ora, ainda não havia tartes aqui Na Cadeira da Papa, o que me deixou logo super entusiasmada. Acompanhou com umas fotos de morrer!!
Parece, ou não parece uma delícia?
Ansiosa por experimentar esta tarte mais logo ao jantar!
- 200g Farinha de Trigo Integral ou Espelta
- 3 colheres de sopa Azeite
- 50g manteiga vegetal bem gelada
- água
- sal, pimenta-preta e ervas secas a gosto
- 2 pimentos (vermelho e amarelo ou o que por aí tiverem) picados
- 1 cebola picada
- 1 dente de alho esmagado e picado
- 1/2 talo de aipo picado
- 6 cogumelos paris fatiados
- 70g queijo de cabra ou requeijão ou outro queijo que vos agrade
- 3 ovos médios
- sal, pimenta-preta, tomilho seco ou fresco, a gosto
- azeite
- sementes de papoila, a gosto (ou outra qualquer semente como sésamo ou girassol)
- Numa taça misturamos a farinha com os temperos e o azeite.
- Coloquem a manteiga vegetal no congelador por 10 minutos para ficar bem geladinha.
- Adicionem essa manteiga bem fria à vossa taça com os secos e o azeite e vão incorporando tudo fazendo um movimento com os dedos de quando fazemos uma massa areada - o objetivo é que obtenhamos uma mistura granulada, portanto, vamos trabalhando a farinha e a manteiga com as pontas dos dedos.
- Assim que tivermos um granulado adicionamos um pouco de água bem fria e com um garfo vamos incorporado a massa.
- Adicionar água aos poucos, passar a usar a mão para obter uma massa compacta, não a queremos húmida nem seca, um meio termo.
- Embrulhar em película aderente e levar ao frio por, no mínimo, 15 minutos.
- Ligar o forno a 180ºC. Entretanto usamos esse tempinho para preparar o recheio.
- Depois de 15 minutos passados, colocamos a massa entre duas folhas de papel vegetal/manteiga e com um rolo da massa vamos tendendo-a até que esta tenha o diâmetro adequada á nossa forma. Coloco a massa entre as duas folhas de papel pois assim não precisamos de adicionar mais farinha e o resultado final fica mais lisinho.
- Untar a forma com manteiga vegetal ou óleo de coco e com todo o cuidado acondicionamos a massa. Dica, não aparem as bordas ainda (depois de cozer aparamos).
- Com um garfo picamos o fundo da massa evitando assim que esta cresça no forno. Vamos ter de lhe dar uma cozedura no forno antes de adicionarmos o recheio (o que em Inglês se designa de Blind-Bake), colocamos papel vegetal (podem usar uma das folhas onde esticaram a massa), colocar no interior da forma e cobrir com grão ou feijão seco, preenchendo todo o fundo e as bordas.
- Levar a cozer por 12 minutos.
- Numa frigideira ou wok vamos começar por adicionar um fio de azeite e refogar a cebola por 3 minutinhos, segue-se o alho, o aipo e os pimentos. Saltear por mais 3 minutos (baixar um pouco o lume).
- Adicionar agora os cogumelos e em lume já alto saltear por 2 minutos.
- Temperar e tirar do fogo.
- Assim que a base da tarte estiver cozida, colocamos a mistura de cima no seu interior.
- Distribuímos uniformemente o queijo.
- Numa taça batemos os 3 ovos e depois vertemos na forma (procurem que estes fiquem envolvidos uniformemente com o recheio.)
- Coloquem agora umas sementes de papoila por cima e é só levar ao forno até ficar douradinha.
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Excelente contributo para as recentes mamãs.