O mel é largamente consumido no nosso país. É um adoçante económico e de fácil acesso para muitas pessoas, que o usam para substituir o açúcar branco, nas mais variadas utilizações. Crê-se também que o mel tem propriedades terapêuticas, e que o seu consumo é benéfico para os humanos. 

Mel só depois dos 2 anos de idade!

O mel é provavelmente dos últimos alimentos a ser oferecido a uma criança. Este pode conter uma bactéria de nome Clostridium botulinum, causadora do botulismo. O botulismo é uma doença neuroparalisante, rara e grave. O organismo imaturo de crianças com menos de 2 anos, não tem capacidade imunológica para destruir esta bactéria. Os esporos da bactéria germinam e produzem neurotoxinas no cólon, que causam a doença. *

Não havendo um benefício maior, que o malefício que pode causar, não há motivo para se oferecer mel a uma criança com idade inferior a 2 anos. Apesar de em muitos casos a introdução precoce de alimentos ser benéfica na criação de tolerância do organismo da criança, no caso do mel isso não acontece. O seu consumo deve ser então aguardado para depois dos dois anos de idade, quando o sistema imunitário da criança estará reforçado, para a destruição de possíveis bactérias Clostridium botulinum.

* “Riscos e Alimentos: Mel”, ASAE, Nº 6 – dezembro de 2013 

Não aquecer o mel (para já)!

Como muitos produtos naturais, o mel é contem hidroximetilfurfural (HMF), que é um palavrão para descrever as moléculas resultantes da transformação de monossacarídeos (frutose e glicose). Estas moléculas formam-se mais rapidamente quando expostas ao calor ou a um processamento e armazenamento inadequado.

O que se sabe é que o mel é muito sensível ao aumento de moléculas HMF. O que não sabe ainda, é o efeito que essas moléculas têm no nosso organismo. Existem várias entidades que normalizaram a quantidade máxima de HMF que os produtos poderão conter. Existem alguns estudos, que não são conclusivos, sobre o efeito de HMF em ratos (uns nocivos outros não*). A verdade é que ainda não se chegou a nenhuma conclusão sobre o que acontece, quando ingerimos um determinado nível destas moléculas. 

Por via das dúvidas e havendo alternativas (outros adoçantes como o açúcar de coco, tâmaras, etc)  que não sofrem esta transformação, eu opto por não expor o mel a temperaturas elevadas, ou seja, a cozinhar. Seja para fazer bolos, granolas, etc, sobretudo para os mais pequenos! Uso mais para “temperar”, como colocar em cima de umas panquecas, com iogurte e frutos secos.

*http://healthywithhoney.com/heating-honey-kills-enzymes-but-is-boiled-honey-toxic/

Em suma

Cá em casa há mel e consumimos esporadicamente, tal como os outros açúcares e adoçantes. Não cozinho com ele, ou seja, não o uso para adoçar em pastelaria, e só ofereço à pequenada, caso peçam e bem depois dos 2 anos. A Luísa, que tem neste momento 5 anos e meio, provou mel pela primeira vez talvez há 1 ano 🙂

Os meus adoçantes preferidos são mesmo os de fruta, como as compotas (só de fruta), a banana e o applesauce.

 

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** Este artigo é a minha opinião pessoal, dos dados que fui recolhendo e que me fizeram sentido.