A maternidade nunca é igual em todas as mulheres. Arrisco-me a dizer que não há no mundo duas mulheres que vivam a maternidade da mesma maneira. E numa mesma mulher? Numa mesma mulher a maternidade ainda consegue ser diferente a cada filho que tem.

Os motivos são vários, seja porque cada filho é diferente, porque há mais filhos na equação e vemos as coisas de maneira diferente. 

Eu, com 3 filhos debaixo do braço, penso em como vivi a maternidade de cada um. Foi tudo diferente e quando penso no futuro, mais diferente o desejo. Para quem tiver curiosidade, deixo-vos alguns aspectos em que a maternidade foi diferente ao 1º, 2º e 3º filho, para mim.

Enxoval

1º filho: tudo é pensado ao pormenor. Cada peça é escolhida com carinho e imaginamos como o bebé ficará em cada peça. Combinamos a roupa interior com o exterior, e ai de quem diga que se pode vestir um body rosa com calcinha de pé bege.

2º filho: se tivermos sorte, for do mesmo sexo do primeiro e nascer mais ou menos na mesma estação, não viveremos tudo aquilo outra vez. Mas entramos no mundo do matchy-matchy e do padan. Lembramo-nos do quanto praguejámos mentalmente ao tentar mudar fraldas com fatinhos com botõezinhos de madre-pérola e daquele fofo lindo sem abertura entre as pernas. Só compramos roupas com molas, em todo o lado mais algum.

3º filho: não interessa muito o sexo, nem a estação, apostamos que aproveitamos muita coisa do enxoval dos outros dois. Tudo o que compramos novo, é de duas peças, ou sem pés, para que sirva logo “só com uma dobrinha” e renda para muito mais tempo.

 

Mala da maternidade

1º filho: feita às 30 semanas de gestação, com todos os itens que vem na lista da maternidade. Roupinhas divididas por dias, em saquinhos cuidadosamente costurados pela avó.

2º filho: feita às 35 semanas de gestação, com um extra de bodys e calças interiores (o mecónio é tramado), não levamos conchas para os mamilos, porque afinal aquilo magoa na subida do leite e levamos o purelan, para que o pai não tenha que ir comprar a correr. As roupinhas continuam divididas por dias e aproveitamos os saquinhos do 1º filho.

3º filho: feita às 37 semanas e meia de gestação, porque sentiu-se umas 3 contracções fortes. Já não se leva o purelan, porque o leite materno é bem mais eficiente e barato. As roupinha vão mais uma vez divididas por dias. 

 

Dormir

1º filho: comprovamos o que toda a gente fala de privação de sono, quando nasce um bebé. Desejamos que o sono todo que gozámos na gravidez servisse de crédito.

2º filho: lembramo-nos o que não dormimos com o 1º filho e aproveitamos cada segundo para um cochilo.

3º filho: lembramo-nos como os outros dois cresceram tão depressa. Não dormimos a pensar que amanhã ele já vai estar um bocadinho maior e ficamos o tempo todo a olhar para ele, a absorver cada minuto. 

 

Amamentação

1º filho: tudo é uma incerteza e com facilidade cedemos ao biberão com suplemento. Apontamos cada mamada, hora, tempo de mama e registamos as evacuações, com detalhes da consistência e cor.

2º filho: tudo é mais fácil, já passámos por isto uma vez. Entretanto descobrimos uma app de telemóvel que faz aquilo que fazíamos à mão.

3º filho: a criança nasce a mamar, praticamente. Já não apontamos mamadas, nem temos bem a certeza de quando mamou, nem quanto tempo. Vamos nos guiando pela tensão mamária. 

 

Amamentar em público

1º filho: existe algum receio de amamentar em público, chegamos ao ponto de programar as saídas de casa nos intervalos de mamadas, ou mesmo extrair em casa para dar na rua.

2º filho: já estamos mais confortáveis em amamentar em qualquer lugar, mas temos o cuidado de nos salvaguardar, colocando uma fralda contra os olhares indesejados.

3º filho: não há qualquer constrangimento. Amamentamos em qualquer lugar, a qualquer hora, em frente a qualquer pessoa e estamo-nos borrifando para olhares, comentários e afins.

 

Introdução da alimentação complementar

1º filho: há uma certa ansiedade em saber como é, como se vai dar. Até corremos o risco de começar um bocadinho mais cedo “para ver”.

2º filho: chegamos aos 6 meses e festejamos os 6 meses de aleitamento exclusivo com um belíssimo prato de sopa.

3º filho: será que posso amamentar em exclusivo até aos 12 meses? Dá tão mais jeito…

 

Assim estou eu! Nem acredito que o baby-boy faz 6 meses daqui a precisamente 4 semanas. :O E eu não estou nada preparada para a introdução da alimentação complementar dele (socorro!!).