“Um monstrinho das bolachas”

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Há uns dias atrás uma amiga veio falar comigo sobre um pequeno problema que se apercebeu no seu bebé de 9 meses. O seu pequenote estava a tornar-se num verdadeiro monstrinho das bolachas, de tanta bolacha Maria que comia por dia. Chegam a ser 6 por dia, contou-me ela. Entre as bolachas que colocava no iogurte ao lanche, que dava ao longo do dia, ou mesmo à hora da refeição para estar entretido, totalizavam 6. Pediu-me ajuda para encontrar alternativas à bolacha e assim diversificar mais os lanches e snacks do pequeno.

Falo pela minha experiência. A bolacha é de facto um produto fácil e que nos facilita muito a vida. Desfaz-se bem para aqueles bebés que ainda não têm dentes (se bem que se pode comer muita coisa sem dentes), mistura-se num iogurte e está um lanche feito, com um puré de fruta e é um snack para comer fora de casa. Compramos, pomos umas quantas numa caixinha, enfiamos na mala, já está. Ou mesmo há bolachas já em pacotinhos  individuais, e ainda há em formato mini que se comem numa dentada. Já tivemos disso tudo cá em casa. Deixámos de ter, simplesmente porque as miúdas preferiam outras coisas às bolachas. Era raro o dia que me pediam explicitamente bolachas, mais rapidamente me pediam tostas. 

Quero fazer a ressalva que não tenho nada contra as bolachas Maria e bolachas do género. Mas apoio totalmente a diversificação de oferta de alimentos aos pequenotes, seja nas refeições principais, lanches ou snacks. 

Snacks

A primeira sugestão que dei a esta minha amiga foi: tostas. Há tostas sem sal para os mais pequenos (marca Holle), há tostas de centeio, de aveia, de milho e arroz, de quinoa, que vêem com frequência nas lancheiras das miúdas aqui no blog. Têm um pequeno teor de sal, mas desde que não sejam consumidas em excesso, não me parece significativo. As de aveia, as de quinoa e as de milho e arroz são muito molinhas e desfazem-se bem na boca, ideais para aqueles bebés que têm dentes a romper e não suportam nada rijo nas gengivas.  São óptimas para trazer na mala, numa caixinha para eles petiscarem em qualquer situação, ou para acompanhar um lanche, ou num snack pós piscina. 

Há também as famosas galetes de arroz, ou outros cereais. Não uso cá em casa, simplesmente porque as miúdas não acham muita piada. Já tentaram comer algumas vezes e torceram sempre o nariz.

O pão também é uma ótima alternativa para snacks, ou mesmo parte de um lanche. Aqui no blog encontram a receita de pretzel bites que basicamente é pão em tamanho mini. São muito suaves e não ganham a crosta rija que os tradicionais pães podem ter. 

Lanche

A bolacha é sempre uma adição fácil ao iogurte do lanche. Desfaz-se lá para dentro e tem-se uma papa em segundos. Mas há alternativas, felizmente. Desde os cereais tufados, ou as granolas, para misturar no próprio iogurte na hora, há a hipótese de fazer overnight oats, com flocos de aveia ou mesmo outros flocos finos (como o gérmen de trigo) e fruta. Há também as panquecas, os scones, e uma grande variedade de pães “doces”, que podem acompanhar o iogurte ao lanche e que os mais pequenos podem pegar e comer sozinhos. 

À hora da refeição

Entendo perfeitamente quando a minha amiga me diz que dá bolachas ao pequeno na hora de refeição. Há uma altura, que por motivos de gestão familiar, damos o almoço/jantar primeiramente ao bebé e de seguida jantamos nós, estando o pequeno ali, na sua cadeira, a olhar para a família a comer. Se esse bebé for como as minhas miúdas, vai passar o jantar todo a bracejar e a gemer a pedir o que estamos a comer! E aí o que se faz? Pois…

Uma das coisas que fazia com as miúdas nessa altura, era preparar-lhes um pratinho com palitos de legumes, dos mesmos que estivéssemos a comer, arroz ou massa, e frutas para elas petiscarem em modo BLW. Assim acompanhavam-nos na hora da refeição, enquanto experimentavam alimentarem-se sozinhas. O importante nesta fase é que os palitos de comida tenham um tamanho generoso e uma consistência entre o nem muito rijo, nem muito mole, para que eles possam pegar e desfazer sozinhos com a boca, trincando pedaços do tamanho daqueles que se sentem confortáveis em mastigar e engolir.